Fabián Gauseño

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Site: http://www.brasileconomico.com.br/noticias/o-pilar-do-emprego_89397.html
O desenvolvimento brasileiro deverá ser influenciado nos próximos anos por três pressupostos: busca do pleno emprego, aumento do poder de compra e apoio ao investimento.
Esses três pilares introduzidos na economia pelo governo Lula foram testados e aprovados no enfrentamento da crise de 2009 -ao lado da desoneração dos setores produtivos.
Juntas, foram responsáveis pelo crescimento de 9% do PIB no primeiro trimestre de 2010. A mais recente carta de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) evidencia os reflexos positivos das políticas federais para o setor e os equívocos das críticas da oposição e da mídia.
O investimento, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceu no primeiro trimestre de 2010 a uma taxa de 26%, o triplo da evolução do PIB no mesmo período de 2009.
Impulsionado pelo conjunto de medidas do governo federal, o estoque de crédito a pessoas jurídicas, conforme dados de junho, está na ordem de R$ 836,4 bilhões (26% do PIB), o que se reverterá em mais investimentos.
Esse resultado não seria tão expressivo sem o BNDES. Os empréstimos do banco cresceram 41,5% na comparação do primeiro trimestre de 2010 com o anterior.
Nos cinco primeiros meses do ano, a instituição -que se encontra sob fogo cerrado de jornais, revistas e economistas que participaram do governo Fernando Henrique Cardoso - beneficiou o setor de infraestrutura, que recebeu R$ 18,9 (41%) de R$ 46,1 bilhões, o total desembolsado. A indústria, por sua vez, foi destinatária de R$ 13,3 bilhões (29%).
O Programa de Sustentação do Investimento(PSI), desenvolvido pelo BNDES desde julho de 2009, foi fundamental para apoiar a aquisição de bens de capital por parte do empresariado brasileiro.
Os desembolsos do PSI já superam R$ 36,6 bilhões, sendo que outros R$ 55,6 bilhões já estão contratados. O protagonismo do Estado brasileiro (União, Estados, municípios e estatais) é um outro trunfo da economia brasileira.
Os recursos para a habitação cresceram 50,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa de investimento público atingiu em 2009 4,38% do PIB, o maior nível desde 1995, quando FHC e os tucanos assumiram o poder.
Por causa dessa trajetória, 2010 deverá registrar 5%, o melhor resultado das últimas duas décadas.
Essa conjuntura de oferta de crédito e retomada dos investimentos públicos é um dos pilares para a continuidade da expansão do mercado consumidor brasileiro, assim como para a afirmação do país no mercado internacional.
Reforça a tendência de multinacionais internalizarem suas produções no Brasil, trazendo unidades e tecnologia para participar do novo ciclo de investimentos de nossa economia.
Para a continuidade desse novo modelo de desenvolvimento, tornou-se fundamental atrair o investimento privado. Afinal, as atuais políticas serão tão mais vitoriosas quanto mais atingirem o objetivo de combinar a ação estatal com a iniciativa privada, sustentando o ciclo virtuoso que promove mais e melhores empregos e alimenta o setor produtivo nacional.
Só assim manteremos a desejada meta de ser a quinta maior economia em 2020.
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José Dirceu é advogado e ex-ministro da Casa Civil